A adoção de veículos autônomos e drones para entregas vem nos últimos anos se tornando uma tendência mundial no setor logístico. Assim sendo, no Brasil,, embora esteja no estágio inicial, essas são tecnologias que já apresentam grande potencial no que diz respeito à transformação da logística, sobretudo na última milha, além de impactos pertinentes voltados para a sustentabilidade. 

Neste sentido, a Paethus aborda como as entregas com veículos autônomos e drones no Brasil, são importante inovação para a logística e como  isso impacta tornando-a mais sustentável.

Panorama no Brasil  

Veículos autônomos terrestres

De modo geral, existem pesquisas e empresas brasileiras que estão trabalhando com veículos autônomos para aplicação no setor logístico. Desse modo, pequenos robôs, carrinhos autônomos e automação para frotas, são os principais exemplos de como essa inovação tem se desenvolvido na logística no Brasil. 

Contudo, a adoção em larga escala de veículos autônomos terrestres para entregas ainda enfrenta alguns desafios com regulações e normas, além da percepção de segurança, aceitação social e adaptação da infraestrutura viária.

Regulamentação e autorizações de drones

A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) tem concedido autorizações pontuais para operações de drones no Brasil, principalmente para entregas de pequeno porte, áreas urbanas ou ainda para transporte de material biológico. 

Além disso, a regulamentação universal para drones de entrega (e veículos autônomos terrestres) ainda está em desenvolvimento, com algumas incertezas sobre segurança, rotas, tráfego aéreo urbano, privacidade, responsabilidade em caso de acidentes e outros. 

Impactos na logística

Veículos autônomos e drones vêm aos poucos sendo implementados em diversas operações logísticas. Neste contexto, essas inovações geram impactos significativos como:

Agilidade e redução de tempo de entrega

Um dos aspectos primordiais em relação aos drones na logística, é que minimizam o tempo de percurso de entrega. Só para exemplificar, em trajetos que geralmente demoram cerca de 1 hora de carro, com drones isso pode reduzir para poucos minutos por voo.  

Enquanto, os veículos autônomos ou robôs podem operar por períodos extensos com menor dependência de motoristas. A partir disso, diminuiria questões com gargalos humanos, falhas e problemas com escala de pessoal. 

Otimização e custos

Com esse tipo de inovação há menor necessidade de gasto com combustíveis fósseis, manutenção de motores de combustão, assim como, menos desgaste com tráfego intenso.

Por outro lado, há também a possibilidade de operar mais rotas diretas ou rotas aéreas com drones, os quais conseguem contornar as adversidades comuns do transporte convencional como trânsito e congestionamento, por exemplo. 

Em entregas de última milha, os veículos autônomos e drones auxiliam diretamente na reorganização dos centros de distribuição, hubs locais e pontos de retirada, reduzindo consideravelmente o custo operacional e a distância percorrida.

Melhoria da confiabilidade e previsibilidade

Vale destacar que os sistemas automatizados ou semi-automatizados, geralmente são mais consistentes e possuem menos variação causada por fatores humanos, tais como erros, atrasos e etc.

Por essa razão, sistemas de rastreamento e monitoramento em tempo real tornam-se essenciais, especialmente porque auxiliam no planejamento das operações.

Sustentabilidade

Como já sabemos, os veículo autônomos e drones são práticas cruciais para promover maior sustentabilidade na logística, por meio dos seguintes aspectos:

Redução nas emissões de gases de efeito estufa (GEE)

Devido a utilização de modais elétricos (drones, veículos autônomos) normalmente isso impacta diretamente na redução das emissões de CO₂, ainda mais quando comparado aos veículos movidos a combustíveis fósseis.

Ainda assim, com a redução de rotas e a diminuição dos trajetos, também auxilia no menor uso de combustível e, consequentemente, proporciona menos poluição. 

Impacto urbano

Com a diminuição dos veículos terrestres em circulação, garante-se alívio no fluxo de trânsito em áreas urbanas, além de reduzir emissões de poluentes locais e melhorar a qualidade do ar.

Assim também, ocorre a diminuição da poluição sonora, especialmente se forem usados  drones silenciosos e veículos elétricos.

Otimização de recursos e otimização de infraestrutura

O uso de drones e veículos autônomos podem minimizar o consumo de combustível e de recursos associados ao transporte de cargas, como a utilização de óleo e manutenção dos veículos.

Desafios

Apesar dessa inovações resultam em vantagens importantes para a logística, a sua implementação consiste em alguns desafios, referentes a:

Regulamentação e legislação

Um dos grandes desafios em relação ao uso do drone na logística, certamente refere-se às regulamentações, seja relacionado ao sobrevoo urbano, limites de peso, segurança, responsabilidade legal, quanto à privacidade e gestão do espaço aéreo.

E no que concerne aos veículos autônomos, os seus maiores desafios são sobre a homologação, regras de trânsito, seguro, falhas e a interoperabilidade.

Infraestrutura

Para que os drones sejam utilizados eficientemente é necessário instalar estações em pontos estratégicos de decolagem/pouso, hubs locais e pontos de recarga. Além disso, para os veículos autônomos a infraestrutura em pontos estratégicos também deve ser levada em consideração com locais de recarga elétrica e rede elétrica confiável.

Custo inicial e viabilidade econômica

Os investimentos nessas inovações são inicialmente elevados, pois precisam de desenvolvimento de tecnologias avançadas, certificações, seguros, adaptação da frota e manutenção adequada.

Perspectivas futuras

Acredita-se que os veículos autônomos e os drones tendem a ganhar mais espaço nas operações logísticas com o passar dos anos e a medida que novas necessidades e tecnologias venham surgir. Além do mais, algumas questões serão essenciais para isso:

Expansão gradual 

Entregas por drones devem primeiramente atender demandas urgentes, da área da saúde ou produtos sensíveis. E a sua expansão para entregas mais volumosas ou de maiores distâncias, deve ocorrer de acordo com a capacidade técnica aumentar.

Integração com veículos autônomos

Pode ocorrer nas operações logísticas a integração de modelos híbridos, com centros logísticos automatizados e robótica, além da possibilidade da cadeia até hubs urbanos, onde drones podem fazer a última milha.

Veículos autônomos elétricos

Para que as operações sejam mais sustentáveis, a eletrificação da frota é aspecto fundamental, ainda mais com a busca de fontes renováveis de energia para recarga.

Mais maturidade regulatória

Espera-se que os marcos legais se consolide o mais rápido possível, tanto para drones quanto para veículos autônomos, abordando fatores relacionados à segurança e à responsabilidade legal, por exemplo.

Portanto, as entregas com veículos autônomos e drones têm o potencial de revolucionar a logística no Brasil, principalmente no último trecho da entrega, tornando-a mais rápida, eficiente e com menor impacto ambiental.